Totem E Cetim

Roberto Lúcio - 2013-04-25 - 2013-05-30


- Atualizado em 20/03/2025 17h57

A primeira exposição individual realizada em Maceió pelo artista plástico Roberto Lúcio, foi em 1998, no escritório da conceituada arquiteta Humberta Farias. Quatro anos depois, apresenta a série A Casa Acesa, na Pinacoteca da UFAL.

Onze anos passados da última exposição, Roberto Lúcio volta à Maceió, abre exposição “Totem e cetim”, dia 25 de Abril na Pinacoteca da UFAL composta de fotografias, pinturas, objetos.

“Totem e cetim” foi exposta ano passado no Santander Cultural Recife, com curadoria do crítico Marcelo Campos, que escreveu o texto de apresentação.

“Roberto Lúcio, elabora uma compreesão original da herança popular brasileira, em objetos feitos com materialidade muito aproximadas às dos brinquedos, dos ornamentos de rua e, com o advento da cultura de massa, dos cartazes da publicidade. A rua é seu ponto de observação. E é justamente dali, por entre volutas barrocas e outdoors pops, que se elaboram reapropriações de imagens, formas, engrenagens, dando-se a tudo um novo verniz.

São cartazes as imagens apropriadas por Roberto Lúcio para pensar a pintura ou a fotografia. E a reflexão desse gesto de apropriação nos coloca diante de tradições em tempos e crenças muito distintas entre si. Mesmo rasgadas, tais imagens não representam os fins; são, antes, o infinito dos meios.

Roberto cria as pinturas a partir do cartaz de rua. Mas na criação de Roberto , a história mostra-se evidentemente estichaçada pelo tempo. Há, na pintura, a cor caiada de Volpi, a dramaticidade alemã de Anselm Kiefer. Portanto atravessando a década da pintura contemporânea no Brasil, Roberto agrega o urbano sob outra perspectiva, aquela que junta ladeiras e igrejas barrocas aos anúncios backlights e letreiros luminosos. Uma urbanidade híbrida, quase um pleonasmo.

Ao observarmos os objetos de Roberto Lúcio, temos outras verdadeiras lições de escultura. Roberto olha o material como sintoma de lugares, os tacos do assoalho de um metafórico quarto, trazendo a presença da casa, os descansos utilizados sobre as mesas, aplacando a temperatura de recipientes utilitários, a fita de cetim dos enfeites e ornamentos religiosos ou pagãos, a madeira dos brinquedos. Portanto, todo corpo apresentado também é metafórico.

A arte pode atentar para os totens que erigimos. Totem, um objeto, uma planta, uma pedra, um animal a ser deificado, reverenciado, amado. Um totem, podemos refletir, possui valor de culto e de exibição, frequenta os altares, erigi-se como uma cruz esperando nossa queda em genuflexão. O próprio totem exerce sua assunção como frágil, comum, banal como as vassouras que encontramos pelos cantos da casa. Alinhando-se partes heteróclitas, o princípio construtivo de Roberto seria a desmontagem.”

Período: 26 de abril a 30 de maio de 2013.

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