Simbioses Possíveis e Fruição Circular

Eva Cavalcante e Rosivaldo Reis, desde setembro de 2012, tecem juntos um estar compartilhado de estudos, discussões e análises artísticas que os fazem dialogar sobre os questionamentos de seus processos de criação. Assim, a experiência artista-ateliê transforma-se numa relação mútua de questionamentos e busca de experimentações.

O fazer-artístico enfrenta o inesperado/incerto/imprevisto condição vital de navegação na compreensão de seu tempo. Simbioses Possíveis é o desdobrar do objeto-caixa em escultura-objeto, onde o olhar sobre a pintura, a madeira e a fotografia se configuram. Sua sutileza evita o acúmulo estéril e as articulações sinuosas revelam a causa simples e complexa da totalidade. No início o processo de criação da artista trilhou caminhos que levaram a questionamentos relacionados a cor, aos veios, ao utilitário, a natureza. Agora os resíduos obtidos em descarte transformam-se a estrutura é apresentada na escultura-objeto, gestando assim, um novo olhar poético. É a força da construção/desconstrução e a delicadeza da obra que faz acontecer o elo visceral da Simbiose, do Imponderável e da Sensibilidade. A sensibilidade vai permitir a busca, a Simbiose o encontro e o Imponderável a (as) possibilidade(s) desse estar...

O tecido que enfrenta o mergulho na particularidade do ser subjetivo é descortinado em Fruição Circular. É a inserção no interior do indivíduo que busca a totalidade da vida através de dos sonhos pueris e circulares de uma bicicleta e ao mesmo tempo a unidade elementar da poética existência do ser.

A memória do artista permite um recorte subjetivo e revisita o campo lúdico e afetivo através um constante e árduo estado de criação que comporta simultaneamente a experiência sensorial e estética.

Desenhos, pintura, vídeo e instalação compõem esse circuito que propõe ao espectador/atuante descortinar as estruturas da liberdade do movimento, ação e fruição.

A ação é também um desafio limiar que indica elementos circulares e cruzados que tornam visível o movimento da bicicleta. A abundância de caminhos transpõe a fronteira de emaranhados que subverte os mecanismos de controle e evoca imagens tramadas afetivamente pelas fendas do Mundo da Fruição. A variável fundamental é à livre trajetória aberta à experimentação.

Curadoria - Milla Pasan

Período: 19 de junho a 26 de julho de 2013.