Dobra

Alice Jardim - 2012-05-18 - 2012-06-26


- Atualizado em

Nas fotografias e vídeos que compõem esta exposição há um jogo de mostra e esconde. Cabe uma escolha. Será importante encontrar o motivo, o lugar, o artifício que gerou a imagem ou a própria imagem?

Maceió ou Hong Kong? É preciso desvelar os enigmas de Alice? É preciso descobrir qual parte da cidade foi fotografada ou deixar o olhar livre, brincando de adivinhar?

A noite expulsa de Maceió o que lhe são os atributos mais recorrentes: mar e sol.

Se a cidade está ali, nas imagens, construímos então uma cidade que não é apenas natureza luminosa.

Pois o que vemos está mais perto da escuridão muda dos glaciares, do noturno das superfícies abissais. Mesmo se a cidade é recomposta em elementos do cotidiano, o ponteado destes elementos paralisam-se em formas que lembram faíscas na pedra.

Raios a laser compõem um outro céu de noites falsamente estreladas.

E assim, entre um movimento e outro, uma dobra e outra, permanece uma pergunta.

Afinal, qual é a verdade do olhar? Todos nós vemos igualmente? Quando é que os olhos acertam? Ou tudo é apenas uma ilusão?

Maria Angélica da Silva